CBMM anuncia novos projetos e destaca a aplicação do nióbio também no agronegócio



A CBMM acaba de receber a licença do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) para a implantação da nova estrutura de disposição de rejeitos na planta de Araxá, em Minas Gerais. A informação foi repassada à imprensa local , durante o Encontro com a Imprensa 2023, evento realizado anualmente pela Companhia com os veículos de comunicação do município.
Com as melhores práticas aplicáveis e tecnologias disponíveis, a nova estrutura garante a continuidade das operações da CBMM em Araxá. Desde o início de suas operações, a Companhia investe em processos que aprimoram constantemente a gestão de segurança das estruturas e reforçam o relacionamento transparente junto aos órgãos ambientais, agentes públicos e comunidade.
Durante o Encontro com a Imprensa, os jornalistas conheceram o Centro de Monitoramento Integrado (CMI) da CBMM, que opera 24 horas por dia, sete dias por semana, para acompanhar cada detalhe das barragens. “Todas passam por verificações e avaliações constantes para melhoria contínua, garantindo, assim, elevados padrões de segurança”, garantiu Marcos Lemos, gerente de Gestão de Barragens da CBMM.
Os jornalistas que compareceram ao evento foram recebidos pelo CEO da Companhia, Ricardo Lima, que falou sobre o cenário atual da empresa e os planos para os próximos anos. Uma das novidades é a construção da planta de produção de óxido de Nióbio, que terá capacidade produtiva de 3.000 toneladas de materiais ativos para baterias, para aplicações em tecnologias de carregamento ultrarrápido e seguro, de alta potência e maior vida útil. “Estamos investindo R$700 milhões neste ano para aumentarmos nossa capacidade produtiva. Os produtos e tecnologias de Nióbio que desenvolvemos aqui em Araxá está em todo o mundo. E isto é um grande orgulho para nós”, afirmou.
Lima também deu destaque na aplicação do nióbio também no agronegócio. Uma inovação que visa expandir ainda mais a utilização do mineral em diversos segmentos do mercado. De acordo com Ricardo, “ entre os investimentos que a Companhia tem pela frente, nós já reservamos e vamos investir neste ano de 2023, em torno de 340 milhões de reais que vão ser investidos em projetos que nós temos em parcerias com vários institutos de pesquisas, universidades, para o desenvolvimento de novas aplicações para o produtor nióbio, e entre esses, temos o orgulho de informar que já estamos entrando forte com a aplicação do nióbio no setor do agronegócio.”
Nióbio, uma alternativa tecnológica sustentável para o agro brasileiro

Solução inédita de produção de defensivos e fertilizantes com novos ingredientes ativos à base de nióbio poderão aumentar a produtividade sem agressão ao meio ambiente.
O agronegócio brasileiro, com a guerra na Ucrânia, ficou exposto às fragilidades estruturais do Brasil em sua cadeia de suprimentos. Nesta segunda-feira, 20 de março, Dia Mundial da Agricultura, uma tecnologia patenteada pela UFMG e desenvolvida pela startup mineira Nanonib no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) pode colocar o país no futuro do Agronegócio 4.0, sendo uma das principais precursoras do que se chama de agro 4.0. Por meio de uma solução totalmente nacional para produção de fungicidas, bioestimulantes e fertilizantes de última geração, a empresa mineira inova disruptivamente o mercado de insumos e busca despontar como a líder nacional na promoção de uma agricultura eficiente, competitiva e sustentável.
A Nanonib, por meio de sua plataforma tecnológica envolvendo o nióbio, investe e realiza estudos para aplicação dessa nova tecnologia no setor do agronegócio brasileiro em parceria com as universidades e órgãos de pesquisa, principalmente para cultivos de soja, milho, trigo e mais recentemente no controle da Ferrugem do Café.
“Os resultados de grande impacto dos trabalhos vêm consolidando a nova tecnologia para uso das moléculas nanoestruturadas bioativas de nióbio como micronutriente com uma ação bioestimulante e fertilizante, uma vez que algumas dessas moléculas já tinham ação fungicidas comprovada para soja, milho, trigo, dentre outras culturas. E o efeito fungicida já estava evidenciado para esse novo grupo de moléculas inéditas de nióbio, mas a descoberta do efeito sobre a estrutura das raízes e caules e o aumento de produtividade projetado são inéditos na literatura mundial com um bioativo de nióbio”, comemora Luiz Carlos Oliveira, professor do Departamento de Química da UFMG e sócio da Nanonib. O ineditismo está em processo de proteção junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e internacionalmente pela Universidade.
Segundo Luiz Carlos, as projeções de produtividade, nos testes preliminares, indicam um incremento entre 8-10 sacas a mais por hectare no cultivo de soja com uso dessa nova tecnologia que envolve as moléculas bioativas de nióbio, assim como ocorreu em outras culturas como o milho com incremento de mais 30 sacas/ha e o trigo com cerca 15 sacas/ha. Até o momento, foram identificadas cinco moléculas novas bioativas à base de nióbio, primeiramente com ação fungicida para doenças foliares de diferentes culturas. “Um dos produtos fungicidas comerciais tradicionais, largamente empregados, chega a necessitar a aplicação de 1300g/ha, ao passo que nossas moléculas foram eficazes com apenas 100 g/ha”, explica Jadson Belchior, pesquisador da UFMG e sócio da Nanonib.
Outros pesquisadores da UFMG, liderados pela professora Cinthia de Castro, estruturaram um grupo de pesquisa com a Embrapa Milho e Sorgo para estudarem em profundidade a bioquímica das plantas e o papel do nióbio no aumento de produtividade. De acordo com a pesquisadora, “as descobertas são de tal magnitude que não atingimos ainda a maior parte do potencial de uso dessas novas tecnologias no agronegócio”.
Inovação e sustentabilidade
A tecnologia à base de nióbio também inovou na pegada de carbono, pois esse novo grupo de moléculas não tem carbono na composição (Carbon-Free), o que permitiria reduzir significativamente a emissão de CO2 no meio ambiente pela substituição ao longo do tempo dos agroquímicos e fertilizantes tradicionais por tecnologias mais sustentáveis.
A aplicação dessa tecnologia pretende fomentar o uso do nióbio na agricultura, ainda não utilizado nesse setor, mesmo sendo o Brasil o maior extrator e fornecedor mundial. Nesse contexto, a Nanonib faz parte do grupo das agtechs, nomenclatura utilizada para definir startups de tecnologia para o agronegócio. No Brasil, já são mais 1700 empresas do setor com investimentos anuais de mais de US$160 milhões dólares e usam uma série de técnicas para incrementar a produção e a eficiência agrícola, a partir do desenvolvimento sustentável. O investimento em tecnologia e inovação no agronegócio, principalmente para a chamada agricultura 4.0, tem crescido e procurado pelos produtores como uma ferramenta fundamental para o aumento da competitividade do segmento no mercado mundial e um realinhamento ao mercado global de sustentabilidade produtiva agrícola.
O Brasil ainda não conseguiu, apesar de todos os avanços na agricultura, estruturar e produzir internamente diversos insumos estratégicos, que sejam de baixo impacto, custo adequado e alta tecnologia, principalmente mantendo uma visão de sustentabilidade a longo prazo em fertilizantes e agroquímicos.
Doenças e infestações nas plantações podem representar perdas severas em produtividade e impactar os produtores durante as safras, e muitos desses são obrigados a lançar mão de produtos agrotóxicos tradicionais, alguns desses produtos muito tóxicos e que têm sido alvo de questionamentos ambientais não somente no Brasil, mas também no resto do mundo para onde o país encaminha grande parte da produção.
No mesmo sentido, o uso de fertilizantes e adubos, alguns deles importados e que o Brasil tem ampla demanda, no cenário de guerra entre a Rússia e a Ucrânia, ficaram escassos e o país exposto aos altos preços, pois não há em volume e quantidade substitutos nacionais competitivos, logo impactando toda a cadeia do agro brasileiro.
Sobre a Nanonib
A Nanonib foi criada em 2019 em parceria com grupo de investidores privados. A empresa incorpora o sucesso de estudos científicos e tecnológicos de nanomateriais de nióbio pelos sócios-pesquisadores e professores da UFMG ao longo de mais de 15 anos. Com o objetivo de fomentar a transferência de tecnologias para a sociedade, a empresa está localizada no BH-TEC e compõe o portfólio de empresas do Parque Tecnológico que atua em tecnologias limpas e em sustentabilidade.
(Com informações do Nanonib, CTIT e BH-TEC)
Assessoria de Imprensa UFMG